Direito do Consumidor

O CDC, foi criado em 11 DE SETEMBRO DE 1990, através da Lei no 8.078, entrou em vigor em 11 de março de 1991. No art. 6º, II e III, reforça os direitos básicos do consumidor, destacando que todos têm direito à INFORMAÇÃO E EDUCAÇÃO PARA O CONSUMO. Quando conhecemos nossos direitos, a relação entre cliente e fornecedor se torna mais clara e mais igualitária. Aqui, quero esclarecer dúvidas, através de orientações práticas que, servirão de ferramentas úteis para consultas no dia a dia.

Vinicius Carvalho.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

DIREITO DO CONSUMIDOR - DEFEITO EM PRODUTO COMPRADO EM VIAJEM AO EXTERIOR


DEFEITO EM Produto comprado em viajem ao exterior

Com o crescimento do poder aquisitivo das classes sociais brasileira, muitos estão realizando o sonho de viajar de avião pela primeira vez. Com a estabilidade do Real comparado com o Dolar, as pessoas optam em viajar para o exterior. Assim, aproveitam para trazer presentes e lembranças de todos os tipos. Mas,  quando um destes presentes dá defeito…
Diante disto, como fica a situação do consumidor, que compra um aparelho de marca internacional no exterior e, mais tarde, apresenta defeito no Brasil? Os representantes da marca no Brasil são obrigados a efetuar o reparo ou troca do produto, como determina o CDC, caso aida esteja na garantia?

Resposta

Várias multinacionais de eletrônicos abriram escritórios e sucursais em diversos países justamente para se adequarem aos interesses do consumidor em caso de defeitos e, consequentemente, auferir   ganhos com a vendas dos produtos.
Mesmo nos dias de hoje, alguns fabricantes de eletrônicos no Brasil, ainda, informam que não possuem qualquer responsabilidade pelo defeito no aparelho comprado em outro país. Contrariando assim, o julgado que ficou conhecido como "caso Panasonic". Assim, se o amigo leitor passar por situação semelhante, pesquise o acórdão - REsp. 63.981 do STJ, em 11/04/2000, em que se analisou uma interessante situação de defeito de filmadora adquirida no exterior. Após longo debate, decidiu-se que a Panasonic do Brasil Ltda. tem responsabilidade pelo produto adquirido nos Estados Unidos.
Veja a seguir, o resumo da decisão: Recurso conhecido e provido no mérito, por maioria.
I - Se a economia globalizada não mais tem fronteiras rígidas e estimula e favorece a livre concorrência, imprescindível que as leis de proteção ao consumidor ganhem maior expressão em sua exegese, na busca do equilíbrio que deve reger as relações jurídicas, dimensio-
nando-se, inclusive, o fator risco, inerente à competitividade do comércio e dos negócios mercantis, sobretudo quando em escala internacional, em que presentes empresas poderosas, multinacionais, com filiais em vários países, sem falar nas vendas hoje efetuadas pelo processo tecnológico da informática e no forte mercado consumidor que representa o nosso País.
II - O mercado consumidor, não há como negar, vê-se hoje "bombardeado" diuturnamente por intensa e hábil propaganda, a induzir a aquisição de produtos, notadamente os sofisticados de procedência estrangeira, levando em linha de conta diversos fatores, dentre os quais, e com relevo, a respeitabilidade da marca.
lII - Se empresas nacionais se beneficiam de marcas mundialmente conhecidas, incumbe-lhes responder também pelas deficiências dos produtos que anunciam e comercializam, não sendo razoável destinar-se ao consumidor as conseqüências negativas dos negócios envolvendo objetos defeituosos."
 BOA SORTE!

domingo, 25 de dezembro de 2011

DIREITO DO CONSUMIDOR - ORIENTAÇÃO SOBRE DÉBITOS BANCÁRIOS NÃO RECONHECIDOS, SEQUESTRO RELÂMPAGO E TALÃO DE CHEQUES NÃO ENTREGUE.


Orientação Técnica do Departamento de proteção e defesa do consumidor do Ministério da Justiça - (DPDC/MJ) sobre Bancos (3)





   Débitos bancários não reconhecidos
 Sempre que o consumidor constatar que sofreu débitos não reconhecidos, apesar de ter seguido todas as normas de segurança ao usar serviços bancários, a instituição financeira pode ser questionada com base no princípio da boa fé e nas disposições do Código de Defesa do Consumidor.
   Seqüestro relâmpago
 
Em casos de seqüestros relâmpago, os bancos podem ser responsabilizados nas seguintes situações: 
Quando o seqüestro ocorrer:
   Dentro da agência bancária;

na área externa pertencente à agência, onde existe a obrigatoriedade de se prestar serviço de segurança;
nos caixas eletrônicos, internos e externos.

Os valores retirados nos caixas eletrônicos, forem:
acima do limite de saldo do cliente;
acima do limite de saque diário, determinado em legislação específica.

Quando o seqüestro ocorrer em outras situações, o consumidor deve analisar a conveniência de discutir a questão por meio de uma ação judicial.
Talão de cheques não entregue 
Contrato de abertura de conta corrente deve prever as condições para entrega de talões de cheques. De acordo com normas do Banco Central, o banco não pode deixar o cliente sem acesso aos valores depositados por ele, devendo entregar, no mínimo, ou um talonário de cheques gratuito (o primeiro do mês) ou um cartão eletrônico.
No entanto, sempre que o consumidor tiver um cheque devolvido e reapresentado, seu nome é registrado no CCF (Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos) e a entrega de talões é suspensa. 
Em outros casos de restrições cadastrais (como cheque devolvido sem fundos e não reapresentado) ou ainda por critérios próprios, o banco pode entregar ao correntista apenas o cartão eletrônico.


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

DIREITO DO CONSUMIDOR - ORIENTAÇÃO SOBRE CONTA UNIVERSITÁRIA, DÉBITO EM CONTA CORRENTE E ENCERRAMENTO DE CONTA BANCÁRIA.

Orientação Técnica do Departamento de proteção e defesa do consumidor do Ministério da Justiça - (DPDC/MJ) sobre Bancos (2)







Conta universitária


A conta universitária é uma conta corrente que os bancos oferecem a estudantes, por liberalidade e como uma espécie de promoção. Este tipo de conta está sujeita aos mesmos regulamentos das demais contas, porém tem a vantagem de estar isenta da cobrança de tarifas ou da taxa de manutenção.

No entanto, desde que os bancos atendam ao que determina o Código de Defesa do Consumidor, no que se refere ao direito de informação, e o cliente seja previamente avisado, as instituições financeiras podem retirar as vantagens oferecidas na contratação.
Débito em conta corrente
Qualquer débito em conta corrente deve ser feito com conhecimento e autorização do consumidor. Alguns exemplos: tarifas bancárias pela utilização de determinados serviços (os serviços cobrados e os valores devem estar expostos nas agências bancárias); juros sobre limite especial; juros sobre empréstimos; CPMF; débitos automáticos, entre outros.
Por esse motivo, os bancos não podem, por exemplo, debitar da conta corrente do cliente o valor referente ao pagamento de cartão de crédito, exceto se houve autorização expressa para esse procedimento.
Encerramento de conta bancária
De acordo com a Resolução 2747 do Banco Central, o cancelamento do contrato de abertura de uma conta deve ser feita por escrito, seja pelo banco, seja pelo cliente. Para resguardar seus direitos, o consumidor deve fazer o pedido em duas vias e guardar uma delas protocolada. Ao encerrar sua conta, o cliente deve devolver talões de cheques e cartões que estejam em seu poder, verificar se já foram debitados os cheques pré datados emitidos e, cancelar as autorizações de débitos .
Nos casos em que o cliente deixa de movimentar a conta, mas não formaliza o encerramento por não estar informado dessa necessidade, e recebe, tempos depois, cobrança de valores significativos ( tarifas, CPMF e outras) por parte dos Bancos , não deve pagar sem que haja um questionamento e solicitação de detalhamento da dívida, uma vez que é obrigação do Banco encaminhar para o consumidor,um extrato mensal gratuito.


Na próxima postagem falarei sobre: DÉBITOS BANCÁRIOS NÃO RECONHECIDOS, SEQUESTRO RELÂMPAGO E TALÃO DE CHEQUES NÃO ENTREGUE.


Aguarde!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

DIREITO DO CONSUMIDOR - ORIENTAÇÃO SOBRE CONTA CORRENTE, POUPANÇA E SALÁRIO.



Orientação Técnica do Departamento de proteção e defesa do consumidor do Ministério da Justiça - (DPDC/MJ) sobre Bancos (1)


Conta corrente
De acordo com normas do Banco Central, os bancos têm a prerrogativa de aceitar ou não proposta de abertura de conta corrente. Assim, podem determinar o perfil desejado do seu cliente, impondo condições como ausência de restrições em cadastros de proteção ao crédito, saldo médio, etc. 
No entanto, o consumidor tem o direito de saber os motivos da não aceitação da proposta. Se entender por bem, poderá questionar o Banco através da esfera judicial.
Conta poupança
A conta de poupança tem o objetivo de estimular a economia popular e permitir a aplicação de pequenos valores, gerando um rendimento mensal. De acordo com a Resolução 2303 do Banco Central, a conta está isenta de tarifa de manutenção, exceto se ficar seis meses sem qualquer movimentação e o saldo for igual ou menor que R$ 20,00.
Conta salário
A conta salário é um tipo especial de conta destinada a receber salários, vencimentos, aposentadorias, pensões e similares. O contrato é firmado entre a instituição financeira e a entidade pagadora. É uma conta isenta da cobrança de tarifas. De acordo com a Resolução nº 2718 de 24 de abril de 2000 do Banco Central, não é possível fazer a movimentação da conta salário por meio de cheques. Assim, o consumidor que desejar transferir seu salário para outra conta em outro banco, sem a incidência de CPMF, deve negociar com o gerente da agência a transferência através de "DOC D", que seria utilizado mensalmente.
Na próxima postagem falarei sobre: CONTA UNIVERSITÁRIA, DÉBITO EM CONTA CORRENTE E ENCERRAMENTO DE CONTA.
Aguarde!

sábado, 17 de dezembro de 2011

OUÇA A ORIENTAÇÃO AO VIVO ATRAVÉS DA RÁDIO LÍDER 99,9Fm de BELO HORIZONTE.





Aos meus amigos que acompanham este trabalho no Brasil e em outros países como: Estados 

Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Russia, Argentina, Malásia, África do Sul,

etc. Mais uma ferramenta foi disponibilizada para o trabalho de  divulgação dos direitos do 

consumidor. Acesse o link da Rádio Líder 99,9Fm, de Belo Horizonte 

(http://www.radiolider999fm.com.br/), de 12:00 até 13:00h, 5ª feira e sábado. Onde faço um 

programa ao vivo, voltado  para orientar gratuitamente a população, sobre seus direitos de 

consumidor.

Você poderá participar também, de onde quer que estejas  (informe sua localização), enviando sua dúvida para:

E-mail: consumidor@viniciuscarvalho.com

Twitter: http://twitter.com/falecomvinicius



Obs: Pode ser ouvido pelo Windows ou Mac(iphone/ipad).



segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

DIREITO DO CONSUMIDOR - PERGUNTE AO ESPECIALISTA: como fazer uma carta de Reclamação ou Solicitação

Como nesta época do ano muitas pessoas vão as compras, a fim de presentear amigos e parentes, cresce assustadoramente o número de problemas entre o consumidor e fornecedor de produtos e serviço. Sendo assim, achei uma forma de ajudá-los a tentar resolver amigavelmente as demandas nesta relação de consumo, mostrando como fazer uma Reclamação ou Solicitação.
Este passo é essencial para a atingir seu objetivo, pois ele prova que  você tentou uma solução amigável. Faça uma cópia da carta e solicite o recibo de entrega da mesma. Se a carta fôr enviada pelos correios, solicite o AR (Aviso de Recebimento). Existe a possibilidade de enviar por e-mail, porém, tem que solicitar também a confirmação de recebimento.

O que deve conter uma carta de reclamação?

1. Local e Data
2. Nome e endereço do fornecedor ou fabricante – envie uma carta para cada responsável.
3. Assunto: por ex.: “Demora na entrega de móveis”
4. Introdução: por ex.: “Prezados Senhores:”
5. Descrição sucinta dos fatos : por ex.: “No dia 20/02/2005 comprei um jogo de sofás na Loja Tal da Rua X, tendo pago à vista – Nota Fiscal nº xxx, cópia anexa – e, apesar da entrega ser prometida em 24 horas, até o dia 23/02/2005 não havia sido feita. Entrei em contato com o vendedor Fulano, por telefone, que assegurou que a entrega seria feita até o dia 25/02/2005, promessa que foi, mais uma vez, descumprida.”
6. Exposição clara do pedido: por ex.: “Diante do exposto, venho notificá-los a providenciarem entrega imediata do jogo de sofás. Caso contrário, tomarei todas as medidas legais para exigir o ressarcimento dos prejuízos causados pelo não-cumprimento da obrigação de sua empresa.”
7. Prazo: por ex.: “Aguardando resposta no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de serem adotadas as medidas judiciais cabíveis.”
8. Encerramento: por ex.: “Atenciosamente,”
9. Assinatura
10. exija sua resposta por escrito, via e-mail ou carta.
11. Nome e endereço do Reclamante - Escreva também seu telefone (apenas para ajustes de entrega).

Observações:
·      Junte à carta uma cópia dos documentos que comprovem a relação de consumo, como a nota fiscal.
·      Guarde muito bem os originais destes documentos e a cópia da carta enviada. Eles poderão ser usados em possível ação.
·      Envie a carta com aviso de recebimento do correio ou, se levá-la pessoalmente à loja, vá com duas vias, deixando uma e trazendo a outra de volta, protocolada(datada e assinada por quem recebeu).
·      Quando for mais difícil resolver o problema, a carta pode ser enviada por meio de um Cartório de Títulos e Documentos.


Modelo de Reclamação ou solicitação

Local e data

A
NOME COMPLETO DO DESTINATÁRIO / DESTINATÁRIOS
A/C Serviço de Atendimento ao Cliente / Nome do gerente responsável
Endereço completo

Assunto: Reclamação ou solicitação de xxx

Prezados senhores
Em data, estive em seu estabelecimento e descrever a compra ou o serviço contratado, o valor pago, a forma de pagamento, os dados do produto ou serviço, conforme recibo anexo. Ocorre que descrever o problema com todas as informações pertinentes, como defeitos encontrados, falta de atendimento, danos causados apesar do uso correto do produto, descumprimento de prazo de entrega, etc.
Diante do exposto, solicito especificar a solicitação, com clareza: como troca do produto, reexecução do serviço, entrega do bem prometido, etc., em conformidade com o artigo inserir o número do artigo do CDC e, se possível, acrescentar o texto legal para dar ênfase à causa do Código de Defesa do Consumidor.
Dessa forma, fica V. Sa. notificada de que, na falta de atendimento à presente reclamação ou solicitação, no prazo de escolher entre 5 e 10, de acordo com a gravidade do assunto dias, a contar do recebimento desta, farei reclamação junto a entidades de defesa do consumidor, sem prejuízo das medidas judiciais cabíveis. Aguardo sua resposta por escrito.
Atenciosamente,
Assinatura __________________________________
Seu nome completo.
Endereço completo, telefone, fax ou e-mail para contato

domingo, 4 de dezembro de 2011

VAMOS DENUNCIAR AS PRÁTICAS ABUSIVAS E CRIMINAIS CONTRA O CONSUMIDOR




ISSO TEM QUE MUDAR!!! VAMOS DENUNCIAR AS PRÁTICAS ABUSIVAS (ART. 39 CDC) E CRIMINAIS (ARTS. 61 A 80 DO CDC) CONTRA O CONSUMIDOR!

Aproveito a rede social ( http://www.facebook.com/viniciuscarvalhobh ) para denunciar o PÉSSIMO SERVIÇO PRESTADO pelas operadoras de telefonia do país. Me refiro especialmente a OI TELEMAR! Além de denunciar o crime de prevaricação, art. 319 do CP, que a policia militar tem praticado em detrimento do consumidor de Belo Horizonte.

Adquiri o serviço em 21 de julho de 2011 e até o dia 30 de novembro de 2011 estive 5(cinco) vezes na loja OI ATENDE(atende coisa nenhuma!), no centro de Belo Horizonte, localizada entre as rua Rio de Janeiro e Tamóios. (FUJAM DESTE LUGAR!)

As reclamações são as mais variadas, e vão desde cobrança de valores indevidos, cobranças abusivas pelo atraso na fatura que foi contestada, bloqueio de serviço cujo valor foi contestado, falta de sincronismo entre os serviços/reclamações solicitados pelo nº 10331 com os que foram efetuados na loja OI DESatende! E, fragrante descumprimeto do CDC e o decreto 6523/2008.

Enfim, meu amigos, isto não é tudo! No dia 30, cheguei mais uma vez na loja OI DESatende, para me resguardar de mais uma ida sem sucesso, informei a atendente que iria gravar a conversa, ela não concordou e não quiz me atender. Chamou o Supervisor do Horário, na parte da tarde, que informou que o regulamento da empresa não permitia nenhum tipo de gravações no local. Para não ficar discutindo esta questão, solicitei então que ele me desse cópia do atendimento, conforme atuoriza analogamente o decreto 6523/2008, em seu artigo 16. Mas, o supervisou também se recusou a atender este dispositivo legal.

Diante desta recusa clara à lei, mostrando-se superior até ao CDC, sorte minha que mesmo sem seu consentimento, gravei toda nossa conversa que servirá de base para uma ação civil e criminal contra a OI TELEMAR de Belo Horizonte, finalizei um período de péssimos serviços prestados por essa empresa, cancelando o serviço que ainda tinha. Mas, antes de cancelar, para não perder o meu número de celular, fiz a portabilidade para outra operadora. 

A máxima disso tudo! Aqui em Belo horizonte, o consumidor não é respeitado por nenhuma empresa, muito menos pelas policias civil e militar. Pois em caso de crime contra o consumidor, descritos pelo CDC como infrações penais, do art. 61 ao 80, não adianta pedir uma autoridade policial para conduzir o criminoso “preso”, como diz os arts. 301 e 302,I, do CPP, segundo informações dadas pelo atendimento da polícia militar “190” - a polícia não se mete neste caso, e o consumidor é que tem que ir direto ao procon, para que este tome as providências. Isto aqui é Brasil!!!

Pelo visto, o Procon de MG está com mais autoridade que as “autoridades policiais”. Isto é uma VERGONHA!

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

DIPLOMA DE HONRA AO MÉRITO PELA LUTA EM DEFESA DO CONSUMIDOR DE BELO HORIZONTE

O reconhecimento de um trabalho serve como estímulo para darmos continuidade... A defesa do consumidor representa a luta incansável entre o bem( consumidor que tem direito ) e o mal (fornecedor mal intencionado).



                     

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

AS PORTAS COMEÇAM A SE ABRIR PARA A DEFESA DO CONSUMIDOR EM BELO HORIZONTE

ASSISTA 

neste sábado, 03 de dezembro de 2011, às 8:30h,  no  

"Programa 30 Minutos" Ao Vivo - Rede Minas de Televisão

Canal:  Aberto (9) e Net (20)

ou internet: http://www.redeminas.tv/ao_vivo

Tema: “Direitos do consumidor”

Com VINÍCIUS CARVALHO
   Advogado, especialista em direito do consumidor, consultor, palestrante e colunista no Jornal Hoje em Dia de Minas Gerais.

  O programa será apresentado pelo Dep. Federal Lincon Portela e os telespectadores poderão tirar suas dúvidas pelo telefone:
 (31) 3209-0009

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

DIREITO DO CONSUMIDOR - PERGUNTE AO ESPECIALISTA sobre SITES DE COMPRAS COLETIVAS - responsabilidade civil segundo o CDC

Após análise do artigo abaixo, embora extenso, achei MUITO interessante postar neste blog, a fim de nortear  as pessoas atingidas por essa prática em possível reparação de dano. 

Concordo plenamente que esses sites, mencionados neste artigo na verdade, "são comerciantes, para fins de aplicação do CDC, com remuneração indireta, respondendo de forma subsidiária nos acidentes de consumo, ou fato dos produtos e dos serviços e de forma solidária nos vícios dos produtos e serviços."


A RESPONSABILIDADE CIVIL DOS SITES DE COMPRAS COLETIVAS À LUZ DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Leandro Correa Ribeiro - Advogado - ADV ONLINE OUT/11   


1. Introdução

Com a tecnologia da informática o mundo contemporâneo está passando por uma transição sem precedentes na história. Hoje em dia, as informações chegam às pessoas em tempo real e se difundem em uma velocidade inimaginável para a sociedade até poucos anos atrás. Pessoas que eram anônimas num dia no outro viram celebridades campeãs de acesso em sites de divulgação de vídeos ou conversas instantâneas.

O mercado, agressivo como é, aproveita a oportunidade para se adaptar aos novos processos tecnológicos de informação, principalmente por intermédio da rede mundial de computadores, no intuito de aproximar-se dos novos consumidores, imbuídos de conhecimento de tecnologia da informática, e auferir lucros com o novo tipo de comércio.

A mais recente criação voltada para o comércio são os sites especializados em compras coletivas, cuja finalidade é oferecer a determinado grupo de consumidores produtos e serviços com descontos de 40% a 90%.

Esse novo tipo de oferta de produtos e serviços será objeto de estudo neste artigo, cuja finalidade precípua é definir o que é essa nova modalidade e quais as responsabilidades dos sites e dos fornecedores primários, quanto aos vícios e defeitos dos produtos e serviços.


2. Do conceito de compras coletivas


Essa nova modalidade de compras começou nos Estados Unidos em 2008, quando um músico arregimentou na rede de computadores pessoas interessadas em adquirir o mesmo produto. Então, o músico entrou em contato com os fornecedores para negociar o preço do produto almejado pelo grupo de pessoas reunidas. Esse foi o ponto de partida para a eclosão dos sites especializados em compras coletivas [1].

Os sites de compras coletivas começaram a atuar no mercado brasileiro em abril de 2010, havendo, desde então, um crescimento em progressão geométrica em número de sites destinados a essa modalidade compras. Segundo as mais recentes pesquisas [2], o Brasil possui aproximadamente 1000 sites de compras coletivas com projeção para chegar a 2000 sites até o final do ano.

Os sites especializados em compras coletivas atuam intermediando a relação entre o fornecedor e o consumidor, divulgando para este produtos e serviços daquele com preços módicos, entre 40% e 90% de descontos, no intuito de promover os produtos e serviços, ofertados pelos fornecedores.

Sintetizando o mecanismo de ação das empresas de compras coletivas, elas disponibilizam em seus sites produtos e serviços dos fornecedores, que se dispõem a ofertá-los a um preços ínfimos, para um determinado grupo de consumidores, cadastrados direta ou indiretamente naqueles websites. 

Geralmente, as ofertas ficam divulgadas por um período efêmero, onde, nesse prazo, é necessário o preenchimento de todas as vagas dispostas no site. Seria o exemplo se um salão de cabeleireiro que, através de um site de compras coletivas, oferta 10 cortes de cabelo por um preço vil, 90% abaixo do valor de mercado. 

No contrato, ficaria estabelecido que o serviço ficaria disponível no site por 2 horas. Então para que haja a validação da oferta aos consumidores, eles teriam que preencher todas as vagas, sob pena de não poderem usufruir da oferta com preço inferior. Havendo a aquisição de todas as ofertas, serão disponibilizados cupons numerados e identificados para que o adquirente possa se deslocar ao fornecedor para receber o produto ou serviço.

Analisando o contrato de compras coletivas verifica-se que ele é complexo, com detalhes que tem que ser verificado pelo consumidor na hora de contratar. Não obstante os cuidados que a parte vulnerável deve tomar no momento da contratação os fornecedores devem atentar para vários dispositivos e princípios insertos na Lei n° 8.078/90 (Código de Proteção e Defesa do Consumidor), colimando, assim, o equilíbrio entre as partes, conforme disposto no art. 4, III do retro citado estatuto [3].


3. A incidência do Código de Defesa do Consumidor nas compras coletivas

A relação existente nessa modalidade de mercado eletrônico se compõe em três partes, o consumidor, que é quem acessa o site para adquirir produtos e serviços com preços mitigados, o fornecedor primário ou mediato, que é aquele que detém os produtos e serviços e os oferece a um preço aquém do valor de mercado e, por fim, o fornecedor intermediário ou imediato, cuja finalidade é divulgar e intermediar a venda dos produtos e serviços ofertados pelo fornecedor primário. 

Cabe agora incidir as partes dentro do Código de Defesa do Consumidor, para que possa ser aplicado o referido estatuto, que visa igualar as partes, consumidor e fornecedor, no intuito de harmonizar as relações de consumo, quase sempre desproporcional, tendo em vista a vulnerabilidade e hipossuficiência do consumidor.

O art. 2° do CDC define o consumidor como a pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produtos e serviços como destinatário final. Aqui não cabe discutir o conceito de destinatário final, nas concepções doutrinárias, finalista e maximalista, porquanto a discussão é acalorada, porém não é a finalidade desse ensaio. Interessa saber é que consumidor aquele que adquire ou utiliza produtos e serviços com a finalidade não profissional, sem colocá-los em uma fase de fornecimento.

O fornecedor está conceituado no artigo 3° da Lei n° 8.078/90 como toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. Em suma, é aquele que tem como atividade habitual o fornecimento de produtos e serviços.

Definido o conceito de consumidor e fornecedor passemos a enquadrá-los nos atores da modalidade de compra coletivas, dando enfoque maior para o último, tendo em vista que nessa modalidade de comércio eletrônico possui dois sujeitos que dispõem de maneira diversa os produtos e serviços aos consumidores, seja como o fornecedor mediato, aquele que detém a propriedade do produto ou serviço, seja o fornecedor imediato ou intermediário que, redundantemente, intermedia a comercialização daqueles.

Quanto ao fornecedor primário a sua relação pode ser de consumo ou civil, dependendo sempre da habitualidade do fornecimento de produtos e serviços. 

Geralmente, nos sites de compras coletivas por preços mitigados, o fornecedor primário é um comerciante, seja de produto ou serviço, isto é, ele oferece seus produtos ou serviços com habitualidade, com o intuito de lucro. 

Todavia existem os fornecedores que não fornecem com a habitualidade exigida pelo art. 3° do CDC, onde se aplica o Código Civil, que regula a relação entre os particulares, de forma individual. É o exemplo de um particular que almeja vender seu veículo e se utiliza do site para a divulgação deste. Este fornecedor, se profissional, poderá ser, nas acepções do CDC, um construtor, um fabricante, um produtor, um importador ou, por fim, um comerciante.

Ao fornecedor intermediário ou imediato, os sites de compras coletivas, aplica-se, completamente, as disposições do Código de Defesa do Consumidor por ser ele um fornecedor nos moldes definidos pelo art. 3° deste código. 
Especificamente os sites de compras coletivas desenvolvem atividades comerciais indireta de produtos e serviços, i. é, os sites são comerciantes. Essa definição de comerciante para os sites de compras coletivas tem grande importância dentro do direito do consumidor para definir suas responsabilidades nos casos de defeitos pelo fato do produto e serviço e os vícios do produto e do serviço, que mais adiante teceremos sobre o tema.

Passemos a explicar o que é comércio para podermos enquadrar os sites em nessa modalidade de atividade de geração de riqueza. 

O catedrático Rubens Requião assim definiu: "como fato social e econômico, o comércio é uma atividade humana que põe em circulação a riqueza produzida, aumentando-lhe a utilidade" [4]. 

Nos primórdios dos tempos, o processo de alienação de bens era feito através da troca, na época denominada escambo, feita diretamente entre o produtor e o adquirente final. Todavia, com advento da moeda e com a evolução dos mecanismos de produção, tornou-se necessário a intervenção de um intermediário, cujo objetivo era circular os bens e serviços com a finalidade de aproximar os agentes econômicos, isto é, o comercio passaria a interligar o produtor e o consumidor.

O italiano Alfredo Rocco, com o devido conhecimento, explanava que "o comércio é aquele ramo de produção econômica que faz aumentar o valor dos produtos pela interposição entre produtores e consumidores, a fim de facilitar a troca das mercadorias". [5]

O professor, também italiano, Ercole Vidari, brilhantemente definiu o comércio como "o complexo de atos de intromissão entre o produtor e o consumidor, que, exercidos habitualmente com fim de lucros, realizam, promovem ou facilitam a circulação dos produtos da natureza e da indústria, para tornar mais fácil e pronta a procura e a oferta". [6] Em suma, o comércio é uma intermediação entre o consumidor e o produtor com fulcro de circular bens e serviços.

Os sites de compras coletivas colimam circular bens e serviços ofertados pelos fornecedores primários, sendo que estes podem ser produtores, fabricantes, construtores, até mesmo comerciantes. Os sites não adquirem os produtos e serviços, como comumente fazem os comerciantes, todavia intermedeia as vendas com participação indireta nos lucros percebidos pelos fornecedores primários, cobrando no caso comissão pelas vendas.

Assim sendo, a relação existente entre os sujeitos da compra coletiva podem ser tanto regulada pelo direito civil, como pelo direito do consumidor. 

No caso, vai depender da profissionalização do fornecedor, se este dispõe no mercado produto e/ou serviço com habitualidade. Porém a relação entre o site e o consumidor será sempre de consumo, sendo aquele um comerciante para fins de aplicação do CDC.

4. Da responsabilidade dos sites de compras coletivas pelo fato e vício do produto e serviço


4.1. Conceito de Responsabilidade Civil


Para que haja uma convivência harmoniosa na sociedade há imposição de normas jurídicas, colimando o bem-estar de todos. Sendo essas normas legais ou contratuais, geram um dever jurídico de obediência. Segundo Cavalieri Filho o dever jurídico é uma conduta externa imposta pelo Direito Positivo, cuja violação gera outro dever jurídico: o de reparar o dano [7]. Em suma a responsabilidade é a "obrigação" [8] de tornar indene, indenizar, advindo da violação de outro dever jurídico primário, seja de ordem legal ou contratual.

A responsabilidade se divide em várias espécies: civil ou penal, que decorre da violação de um dever jurídico civil ou imposto como norma penal, o qual não cabe discussão no presente ensaio. Contratual ou Extracontratual, decorrente da transgressão de um dever imposto por um negócio jurídico ou por lei e subjetiva ou objetiva, isto é, com a comprovação de culpa ou independente desta.

O Código de Defesa do Consumidor não impôs diferente diferença entre a responsabilidade contratual e extracontratual, o que, para tanto, não cabe discussão acerca do tema e de maneira inovadora estabeleceu como regra a responsabilidade objetiva, sem necessidade de comprovação de culpa, reportando a responsabilidade subjetiva para os profissionais liberais, conforme estabelece o art. 14, § 4° do CDC.

Não pode se olvidar que quando o Código de Defesa do Consumidor foi sancionado as relações cíveis eram regidas pelo Código Civil de 1916, sendo este completamente individualista. 

O advento do CDC foi inovador para época, pois tratava de maneira desigual o fornecedor e o consumidor no intuito de atingir uma igualdade condizente com os dizeres constitucionais, o que não era encontrado no Codex anterior. Todavia com o Código Civil de 2002 foram feitas enormes inovações em relação ao anterior, trazendo, até mesmo, a responsabilidade objetiva, inserta no art. 927, parágrafo único. 

Ademais, o CDC, além da responsabilidade independente de culpa, traz em seu bojo outros direitos protetivos que o Novo Código Civil não regula nas relações interindividuais.

O Código Civil estabelece no art. 927 que "aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo." 

Veja-se que o art. 927 faz remissão ao art. 186 e 187, principalmente no primeiro que define o conceito de ato ilícito perpetrado por "aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito".

Dissecando os arts. retro mencionados verifica-se que para haver responsabilidade, segundo o Código Civil, há a necessidade de comprovação da conduta culposa, nexo de causalidade e o dano. Em suma, conforme o Código Civil, para surgir o dever de reparar deverá haver um agir ou deixar de agir, seja por dolo ou negligência, imprudência ou imperícia, que, violando o direito alheio lhe cause prejuízo, seja de ordem moral e/ou material. 

Há a necessidade de comprovação de culpa para haver o dever de reparar o que torna difícil em uma relação extracontratual, tendo em vista que, em matéria de prova, a comprovação da culpa, tornar-se-ia intrincada e, dependendo da situação, até quase impossível.

O Código de Defesa do Consumidor - reconhecendo a vulnerabilidade do consumidor e partindo da premissa que o fornecedor deve suportar os riscos da atividade por colocar produtos e serviços no mercado, lucrando com tal situação, devendo para tanto, reparti o ônus com a sociedade (risco do empreendimento), impôs como regra do estatuto a responsabilidade objetiva do fornecedor. 

Na responsabilidade objetiva, o lesado não precisa comprovar que a conduta foi culposa, bastando, somente, a comprovação do defeito, nexo de causalidade e o dano.

4.2. Responsabilidade pelo fato do produto e do serviço

Feitas as ponderações sobre a aplicação do CDC nas compras coletivas, sobre a definição dos sites de compras coletivas como comerciantes e um breve escorço sobre a responsabilidade civil, especificamente a inserta no Estatuto Consumerista, passemos investigar a aplicação da responsabilidade objetiva nos caso de fato do produto e vício do produto nos sites de compras coletivas.

A responsabilidade pelo fato do produto está descrita no art. 12 da Lei n° 8.078/90, o prevê que "o fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos".

A lei consumerista impõe a responsabilidade objetiva pelos danos ocasionados advindo de defeito do produto, o que pode acontecer em diversos momentos, na concepção, na produção ou na informação ou comercialização. A lei é clara em responsabilizar o fabricante, aquele que fabrica e coloca o produto industrializado no mercado; o produtor, sendo aquele que coloca no mercado produto não industrializado, geralmente de origem vegetal ou animal; o construtor, o qual insere no mercado produto imobiliário e, por derradeiro, o importador, que, como fornecedor presumido, assenta produtos advindos do exterior para o mercado nacional [9].

O defeito ocorre quando há a quebra do dever de segurança, ocasionando danos à vítima, no caso, o consumidor, quando frustra as expectativas de segurança que dele se podia esperar, levando em consideração a sua apresentação, o uso e risco esperado e a época em que foi colocado no mercado. Havendo a ruptura do dever de segurança, acarretando dano ao consumidor o fornecedor deverá responder objetivamente pela reparação da lesão.

Todavia haverá hipótese em que o fornecedor se eximirá da responsabilidade pelo desagravo do dano. São as causas excludentes elencadas no art. 12, § 3° da Lei n° 8.078/90 [10]. 

O fornecedor só não responde se provar que o produto não é defeituoso, que não o colocou no mercado ou culpa exclusiva da vítima ou de terceiro. Apesar de haver divergências, no que tange o inciso terceiro, este ensaísta entende que somente haverá a exclusão se for comprovada a culpa exclusiva do consumidor e do terceiro, não sendo suficiente para eximir o fornecedor a culpa concorrente, entre este e aqueles.

Outro ponto divergente na doutrina e jurisprudência brasileira é a questão da força maior e do caso fortuito, cujos alguns autores entendem que não há a aplicação destes institutos na eximentes de responsabilidades por ser o parágrafo terceiro do art. 12 do Codex Consumerista taxativo. 

Em outro norte, outros autores, entre os quais me insiro, entendem pela aplicação da força maior e do caso fortuito, sendo estes imprevisíveis e inevitáveis, não se podendo imputar ao fornecedor uma responsabilidade pela qual não pode controlar ou evitar e que era imprevisível. Saliente-se que se a força maior ou o caso fortuito acontecem antes da colocação no mercado do produto o fornecedor deverá responder pelos danos que ocasionar.

Situação interessante, quanto ao acidente de consumo, é a posição do comerciante no tange a sua responsabilidade, porquanto o Código de Proteção e Defesa do Consumidor o excluiu do rol inserto no caput do art. 12 para enquadrá-lo no art. 13 do mesmo estatuto. 

O art. 13 do CDC estabelece igual responsabilidade ao comerciante com os agentes do art. 12, quando o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados; o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador; não conservar adequadamente os produtos perecíveis.

O legislador imputou uma responsabilidade subsidiária ao comerciante, uma vez que este, em sua maioria, é parte menos forte economicamente e a grosso modo não conseguiria arcar com a reparação dos danos, e, outrossim, não detém os meios de fabricação, produção e construção, pois sua finalidade é a circulação de bens e serviços, conforme explanado em tópico anterior. Cabe ao responsável pela a reparação do dano o direito de regresso ao causador do dano na medida da responsabilidade de cada fornecedor [11].

No caso do mercado de compras coletivas, onde na cadeia de fornecedor poderá ter vários fornecedores, há responsabilização diferente para determinados agente da cadeia. Os fornecedores primários, sendo eles fabricantes, construtores, produtores ou importadores, responderão objetiva e solidariamente pelos danos ocasionados aos consumidores, cabendo-lhes posteriormente o direito de regresso ao responsável pela causação do dano.

No tópico anterior definimos que o site de compras coletivas é considerado para efeitos de aplicação do Código de Defesa do Consumidor um comerciante. Seguindo essa linha, quando se referir aos defeitos dos produtos, o site de compras coletivas, bem como o fornecedor primário comerciante, somente se responsabilizarão de forma subsidiária quando houver a incidência dos incisos do art. 13 do Estatuto Consumerista, ou seja, (I) quando o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados; (II) o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador; (III) não conservar adequadamente os produtos perecíveis.

O art. 14 do CDC estabelece a responsabilidade pelo fato do serviço, que, em suma, seria o acidente de consumo ocasionado por defeito na prestação do serviço. O art. 14 roga que "o fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos". Este art. se assimila em muito com o art. 12 do mesmo Código, estabelecendo responsabilidade objetiva no caso de defeito no serviço, as circunstâncias que devam ser levadas em consideração (§ 1º) e as causas eximentes (§ 3°). Nas excludentes há uma peculiaridade, que é a alegação de não fornecimento do serviço, vez que o prestador de serviço presta diretamente ao consumidor. O Código Consumerista achou por bem retirar a responsabilidade objetiva dos profissionais liberais, sendo ela verificada mediante apuração de culpa [12].

Na modalidade de comércio eletrônico, onde o fornecedor primário é um prestador de serviço, há uma estrutura complexa, tendo em vista que tanto o primário quanto o intermediário, o site, são fornecedores de serviços. A questão torna-se perplexas quando se analisa essa cadeia em relação à responsabilidade pelo fato do serviço à luz do Código de Defesa do Consumidor. 

Em um primeiro instante cabe definir o conceito de prestação de serviço para melhor entendimento da aplicação da responsabilidade pelo fato do serviço nos contratos de compras coletivas. A prestação de serviços, na acepção ideal do parágrafo segundo do art. 3º do CDC, é uma disposição pelo fornecedor de seus serviços diretamente a quem queira, mediante remuneração, sendo de natureza não trabalhista.

Como norteado em tópico anterior, o fornecedor intermediário, sites de compras coletivas, é um comerciante que, nos acidentes de consumo, atinentes aos produtos, tem sua responsabilidade de forma subsidiária. Todavia o art. 14 do CDC não colocou essa subsidiariedade, quanto ao comerciante, tendo em vista que na prestação de serviço, que é prestada diretamente, o comerciante é sempre o prestador. 

O site de compras coletivas não presta diretamente os serviços do fornecedor primário, cabendo-lhe unicamente a oferta e intermediação dos serviços, divulgando este para os consumidores e sendo remunerado de forma indireta. Desta feita só responde pelo fato do serviço quem presta diretamente o serviço não se aplicando essa responsabilidade por acidentes de consumo pela prestação de serviço ao fornecedor intermediário das compras coletivas. É conveniente a aplicação analógica do art. 13 do CDC numa equiparação com o fornecedor intermediário de circulação de bens do retro artigo. 

À exceção do retro exposto o site responderá ser der causa ao acidente de consumo, onde responderá nos termos do art. 7°, parágrafo único do CODECON [13]. 

Geralmente sua responsabilidade será em função da informação insuficiente e inadequada sobre a prestação de serviço, cuja oferta é o site quem promove.


4.3. Da responsabilidade pelos vícios dos produtos e dos serviços


Dissecada a responsabilidade pelo fato do produto e do serviço, passaremos a analisar a responsabilidade pelo vício do produto e do serviço que tem ligação com a responsabilidade antes explanada. 

Segundo Zelmo Denari [14] "a relação de responsabilidade, nesta hipótese, não tem similaridade com a anteriormente versada, por isso que se ocupa somente dos vícios inerentes aos produtos ou serviços. Nesse caso, portanto, a responsabilidade está in re ipsa, e seu fundamento é diverso daquele que enucleia a responsabilidade por danos". 

Vícios do produto e do serviço são deformidades nestes que lhes tornam impróprios ou inadequados para o consumo, sendo tais vícios de qualidade ou quantidade, gerando uma depreciação econômica dos bens viciados.

Aqui, diferentemente da responsabilidade do fato do produto e do serviço, não há subsidiariedade ou exclusão de qualquer fornecedor, respondendo todos de forma solidária pelos vícios apresentados no produto ou serviço. 

O art. 18 da Lei n° 8.078/90 ao falar do vício do produto entabula que "os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas" (grifo nosso). Já o art. 20 reza que "o fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária".

Em qualquer hipótese de vício do produto ou do serviço há a sujeição passiva solidária dos fornecedores, indiferentemente da sua posição na cadeia de fornecimento. Citando novamente o ilustre doutrinador Denari [15] "importa esclarecer que no polo passivo dessa relação de responsabilidade se encontram todas as espécies de fornecedores". 

O site de compras coletivas que é um comerciante intermediário, tendo em vista a sua remuneração indireta pela circulação de produtos e serviços, é, igualmente, fornecedor para efeito da aplicação da responsabilidade objetiva solidária. 

O site quando se responsabilizar pelo vício, não tendo contribuído para a formação deficiente do produto ou serviço, poderá promover ação regressiva em face do fornecedor primário, no intuito de recuperar o prejuízo impingido pela reparação ao consumidor. Essa solidariedade colima dar efetividade ao inciso VIII da Lei n° 8.078, de 11 de setembro de 1990, Código de Proteção e Defesa do Consumidor que prevê a facilitação da defesa dos direitos do vulnerável. 

Muitas vezes, nesses sítios de compras, onde as aquisições são efetuadas a distância, o consumidor não tem acesso ao fornecedor primário, estabelecendo na grande maioria contato somente com o fornecedor intermediário, o site, que para o consumidor é quem está lhe vendendo, não sabendo, em face da sua vulnerabilidade informacional, fática e técnica, discernir o verdadeiro fornecedor do produto ou serviço. 

Assim, pensa um dos autores do anteprojeto do CDC Zelmo Denari, que, com propriedade, leciona que "por critério de comodidade e conveniência o consumidor, certamente, dirigirá sua pretensão contra o fornecedor imediato", demonstrando que para facilitar a defesa dos direitos do consumidor mister se faz a solidariedade entre os fornecedores no âmbito da responsabilidade pelo vício do produto e do serviço.

5. Considerações Finais


Na evolução dos meios de comunicação surgiu o comércio eletrônico que introduziu facilidades para os consumidores, além de inovação. 

A parte mais recente dessas inovações são os sites de compras coletivas, onde o consumidor adquire por valores reles produtos e serviços ofertados pelos fornecedores mediatos por intermédio de um fornecedor imediato, o site de compras coletivas. 

Esses sites, conforme delimitado neste artigo, são comerciantes, para fins de aplicação do CDC, com remuneração indireta, respondendo de forma subsidiária nos acidentes de consumo, ou fato dos produtos e dos serviços e de forma solidária nos vícios dos produtos e serviços. 

Decerto, essa modalidade de comércio eletrônico padece de regulamentação específica, visando um detalhamento de sua atividade. 

Contudo, os ditames impostos pelo Código de Defesa do Consumidor são suficientes para que se possa dar guarida aos vulneráveis, visando o atendimento das necessidades destes, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo.